segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Diário de bordo: Oasis Real Parque – percepção, afeto, sonho e cuidado.

Ponto de encontro: Estação da Sé. De lá fomos à comunidade Real Parque para realizar as primeiras etapas do Oasis. A galera nos recebeu na sede do S.O.S. Juventude, onde a CUFA realiza seus projetos. Acompanhamos a turma de áudio-visual numa gravação externa, enquanto a turma de teatro permanecia na aula.   Na volta uma parte da equipe apresentou a idéia do Oasis para a galera, outros acompanhavam o Luís para conhecer a Dona Beth e o projeto de saúde da família.
Depois disso partimos para conhecer a comunidade e as pessoas de lá, guiados por Luís, autor do livro sobre a Real Parque, a Lavinia, a Gisele, o Marcelo e o Tuti. Conhecemos o Pitu Leal, o cara que trouxe o instrumento “cabaça” para as escolas de samba de São Paulo, ele próprio faz e cria seus instrumentos e para passar adiante ensina a criançada da comunidade.  Conhecemos também a Dona Mandão, que cuida de uma creche comunitária a mais de 20 anos e viu muitos dos adultos da comunidade crescerem e ter seus filhos. Atualmente a Dona Mandão passa por várias sessões de hemodiálise e prometeu nos ajudar na divulgação do Oasis e deixou o convite para irmos conhecer a creche e as crianças.
Vimos a parte da comunidade que foi atingida pelo fogo a meses atrás, os moradores a chamam de “desalojados”, pois as famílias já não residem mais ali e foram pressionados a buscar teto em outros lugares.  Conhecemos também os prédios onde algumas famílias já moram e agora sabemos que a pretensão da prefeitura é que toda comunidade se torne prédios. Andar pelas ruas da Real nos faz perceber mais de perto a disparidade social, em um passo para esquerda conhecemos condomínios de luxo e dois para direita voltamos a realidade da má distribuição de renda.
Após a tarde toda andando e conhecendo os moradores voltamos à sede do S.O.S. Juventude, onde nossa equipe pode sentar para avaliar o dia e planejar os próximos passos. Encerramos o sábado com a celebre frase de Antoine de Saint-Exupéry : “O invisível é essencial para os olhos.”!
No domingo, foi nossa 2º etapa de conhecer a comunidade e saber de seus sonhos. Conhecemos o Cacau do “Favela Atitude”, Elias líder da mocidade na Igreja Assembléia de Deus e a Dona Cruzalina do circulo de oração, o Jai artesão de quadros de madeira e o Adonias aluno do Pitu e que levou uma galera da comunidade pra tocar na Tom Maior.
Almoçamos nosso caprichado couple noodles que a filha do Marcos, presidente do SOS Juventude, nos cedeu a água. Após o descanso, representantes da comunidade  começaram a  chegar, curiosos e misteriosos, todos estavam meio perdidos com o objetivo do Oasis.
O Unilson, nosso querido guerreiro representante explicou e conduziu a reunião. Logo as pessoas ali presente começaram a pensar e falar no plural (nós, a gente). Divididos em dois grupos discutiram a melhor ação para beneficiar a comunidade e a decisão foi pela construção de uma praça junto a uma parque para as crianças com uma pista para caminhada, mas a galera tinha muitas idéias e muitos sonhos, decidimos então que seriamos capazes de 2 ações além da praça, a revitalização e limpeza do escadão.
Saímos muito além do horário que imaginávamos, mas cheios de força e com a certeza de que algo muito bom e grande vai acontecer ali nos dias 26 e 27!

Um comentário:

  1. Oi Gente, tudo bem? Estamos organizado o Prêmio Trote da Cidadania e achamos que a proposta de Oasis de vocês se enquadra perfeitamente no concurso. Sugerimos que participem com a ação de vocês. Leiam o regulamento, que está disponível em www.trotedacidadania.org.br. Estamos à disposição para o caso de dúvidas!

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